LEMBRAR COMO ESPÉCIE DO IMAGINAR

Uma proposta neurofenomenológica sobre a memória como narrativa

 LUIZA PASSINI VAZ-TOSTES

 

RESUMO

Este artigo propõe uma formulação conceitual original: a de que lembrar constitui uma espécie do gênero imaginar. Com base em evidências da neurociência cognitiva — como a teoria da simulação episódica e os estudos da neuro-narratologia —, bem como em fundamentos da fenomenologia da memória e da teoria narrativa, sustenta-se que lembrar não é uma simples recuperação do passado, mas um processo de imaginação referencial. A memória é compreendida como forma simbólica de reorganização do vivido, ancorada em vestígios mas aberta à reconfiguração. A analogia espécie-gênero é tratada como operador epistemológico, e suas implicações éticas, estéticas e terapêuticas são exploradas à luz de sua validade externa em diferentes campos, como literatura, psicologia e educação.

Palavras-chave: memória, imaginação, narrativa, neurofenomenologia, identidade

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ENTRE O SILÊNCIO E O EXCESSO

O niilismo relacional em Dostoiévski

LARA PASSINI VAZ-TOSTES

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RESUMO

Este artigo propõe uma leitura comparativa entre dois personagens de Dostoiévski: o homem do subsolo, de Memórias do Subsolo, e Arkádi Dolgorúki, de O Adolescente, a partir da categoria do niilismo. Ambos recusam vínculos, escuta e sentido — mas por caminhos diferentes. O primeiro representa o niilismo da interioridade: um recuo irônico e ressentido, que rejeita a ordem do mundo por medo e autodefesa. O segundo encarna o niilismo da projeção: um impulso de afirmação sem ética, movido por delírio de grandeza e recusa da partilha. Articula-se Dostoiévski com Nietzsche, Mauss, Ricoeur, Taylor e Byung-Chul Han, propondo que o vazio de ambos é uma crítica à modernidade que exige valor sem reciprocidade.

Palavras-chave: niilismo; Dostoiévski; subjetividade; gesto; escuta.

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